NICOLAU CHIAVARO NETO: "Viveu amando a todos. Morreu, querido por todos!"
Hoje, 12 de julho de 2007, nosso grande Chefe e Fundador NICOLAU CHIAVARO NETO, estaria completando 72 anos de vida.
É nosso dever, sempre nos lembrarmos desta data, como forma de mantermos aceso o “Fogo do Escotismo” em Gravataí, e principalmente do Grupo Escoteiro Murialdo, primeiro grupo escoteiro de nossa cidade.
Certa vez, um grande amigo seu, também incentivador do Escotismo e parceiro de muitos outros relevantes serviços prestados ao município, nos descreveu um pouco, sobre quem foi este excepcional cidadão gravataiense, nascido em 12 de julho de 1935.
"Viveu amando a todos. Morreu, querido por todos!"
"O mago das palavras, o mestre de uma vida dedicada à educação, um ser humano de uma visão muito clara sobre a vida e sobre a morte, um sábio que sustentou idéias além de seu tempo, uma pessoa de enorme capacidade criativa, uma pessoa boníssima, de um sentimento humanitário incrível... Assim era Nicolau Chiavaro Neto, pai de muitas idéias e ideais, que cumpriu de maneira ímpar sua missão educadora pelos caminhos que trilhou. Foi assim na sala de aula, foi assim dirigindo a Secretaria da Educação de Gravataí, foi assim nas ações comunitárias junto ao Lions Clube. Foi assim ao inspirar e ajudar a formar a Associação do Bem-Estar do Menor. E, antes de tudo isso, foi assim ao criar, incentivar e dirigir o movimento escoteiro na cidade."
"De clareza, transparência e autenticidade em cada gesto, Nicolau deixou lições que o tempo não ousou apagar, nem mesmo passados 14 anos de seu distanciamento da Terra. Como se ele aqui estivesse, ainda é possível lembrar de expressões marcantes de sua eloqüência. Quem não o escutou parafraseando Fernando Pessoa? Quando ele concluía um pronunciamento dizendo “sempre vale a pena quando a alma não é pequena”, Nicolau tinha a noção exata de que, como um segundo pai, que conseguira ser para muitos discípulos, dentro e fora das salas de aula, a caridade poderia ser prestada até mesmo através de um simples sorriso. E quando citava Saint Exupéry, a singeleza de “O Pequeno Príncipe” transcendia ao ensinar que “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. E num aceno de mão, num sorriso ou até mesmo numa cara amarrada, que ele bem sabia apresentar, quando necessário, o mestre transmitia bondade. Bondade que sabia passar, mesmo quando a resposta era um categórico não."
"Nicolau gravou corações com seu grande senso de justiça, ponderando sempre com base no que seria correto e ético. Para falar do coração, o mestre também recordava o escritor francês ao afirmar que “só se vê bem com o coração, pois o essencial é invisível aos olhos”. Queria dizer, e dizia, que o ser humano precisa ter a capacidade de entrar no coração das pessoas para melhor conhecer, julgar, admirar e amar. E essa capacidade de entrar no coração das pessoas ele tinha."
"Nicolau foi grande até na morte, com a compreensão de que um dia seu tempo passaria. E ele escreveu isso, sem pena de si próprio: “Um dia minha pena passará; um dia minha pena não mais escreverá; um dia minha pena será leve pluma a andejar num prado; um dia minhas penas serão travesseiros acariciando as cabeças dos meus amores”. Ao ser grande até na morte, Nicolau pediu aos amigos que, ao invés de gastarem com coroas de flores, comprassem livros para a biblioteca dos escoteiros ou qualquer outra biblioteca. Se isso não bastasse, teve a coragem de escrever o próprio epitáfio. E nele, em Latim, que tanto admirava por ser uma língua que em poucas palavras dizia muita coisa, o mestre passou a derradeira lição: “Laetitia maxima medicina laeti estote”, isto é, “sede alegres, pois a alegria é o melhor remédio para todos os males”."
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